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A Bruxa Amapola e o 31 de Outubro!


Dia 31 de Outubro, o Dia das Bruxas, infelizmente essa data não tem nada a ver com bruxas, um pouco com os mortos, outro pouco com crianças indo de porta em porta pedindo por um “bolo das almas”, cada região agregou um pouco nessa cultura do “Véspera de Todos os Santos” que logo se tornaria “Dia das Bruxas”, mas as bruxas mesmo não participaram disso, quer dizer... Não participavam!!!
           No dia 31 de Outubro de 1859, quando já não havia mais caça às bruxas, quando as autoridades não torturavam ou matavam mais por suspeita de feitiçaria, no dia que era tratado como Dia das bruxas sem nenhum motivo aparente, uma bruxa resolveu dar atenção aos que festejavam, crianças com fantasias e mascaras, adultos que enfeitavam toda a sua casa, e daquele dia em diante Amapola, a bruxa que ficou conhecida por melhorar as festividades deu as caras.
           Amapola era uma jovem menina, ela não tinha interesse em fazer maldades, jamais usou sua magia para ferir alguém, sempre tentou fazer o bem escondendo seus poderes, mas diante de tantas pessoas festejando o dia das bruxas ela se sentiu confortável em brincar junto, e começou a premiar as melhores fantasia e casas mais enfeitadas, os prêmios vinham de doces e brinquedos que se mexiam sozinhos para crianças até enfeites assustadores para as casas, enfeites de animais e seres encantados, como gárgulas de pedra que balançavam as asas, gatos pretos que viravam gente e voltavam a ser gatos, revoada de corvos que pousava na casa para deixa-la mais assustadora com seus crocitos.
           A jovem bruxa achou legal fazer suas traquinagens, as crianças e adultos acharam o máximo as novidades, mas todos pensavam se tratar de “coincidências” ou de “Ilusão de ótica”, ninguém deu crédito à jovem bruxa, mas ela não se importava, fazia porque todos gostavam, achavam o máximo aquilo tudo.
           Nos anos seguintes, Amapola continuou com suas brincadeiras, mas no ano de 1863 um homem descobriu que se tratava de bruxaria, e naquela pacata e pequena cidade ela foi capturada, linchada em público, torturada de maneiras inimagináveis, e por fim atearam fogo em seu corpo, ainda viva, na praça central.
           Amapola gritou aos sete ventos que aquela cidade e o dia 31 de outubro de todos os anos seguintes estariam amaldiçoados, que ela invocaria todas as bruxas do mundo inteiro para aterrorizar as pessoas e que ninguém mais teria coragem de festejar o dia das bruxas.
           Durante os próximos anos ninguém mais foi capaz de festejar o dia das bruxas, mas todos os anos, no dia 31 de outubro a cidade era coberta de uma nuvem negra, as casas começavam a ser infestadas de animais, aranhas e morcegos, corvos voavam nos céus crocitando e impedindo que qualquer um tentasse dormir e por fim, ao pôr do sol, três bruxas passavam voando em vassouras e gargalhando enquanto todos olhavam o final do dia no único período que era possível ver o sol, quando ele se punha. As noites eram aterrorizantes, as crianças tinham medo, os adultos fingiam que não tinham, as casas ficavam todas trancadas e sempre as 21h ouvia-se o grito de Amapola amaldiçoando a cidade.
A maldição se repetiu por 38 anos, quando Joseph Gregório, com 87 anos de idade, o homem que capturou e ateou fogo em Amapola, no dia 02 de Novembro de 1901, dia de Finados, ajoelhou na praça central em frente as marcas ainda gravadas no chão do dia que matou a bruxa, que não fazia nenhum mal a ninguém, e chorou, passou a mão nos desníveis causados pelo fogo e pelas madeiras e pediu perdão a Amapola por sua exaltação e intolerância, Joseph ali mesmo caiu no chão e morreu sorrindo, quem viu o momento do perdão jura que o ouviu a voz da bruxa perdoando Joseph e aceitando ele no mundo dos mortos.
O 31 de Outubro não era mais uma data com um nome sem motivo, não era apenas para fantasiar e pedir doces, era para homenagear Amapola, a bruxa que tentou fazer o dia das bruxas ainda melhor para aquele povo, depois daquele dia as bruxas passaram a ser aceitas, ainda se escondem com o medo, mas não são mais caçadas, linchadas e muito menos assassinadas!

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