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A Última Draconiana (Ep. 2 – “Nada mais de sombras...”)



O mundo é um lugar cruel, assassinatos, crimes por todos os lados, corrupção enraizada, destruição.
Ninguém pode fazer nada, a polícia, o exército, mas é impossível controlar tudo e certo dia uma menina de pouco mais de 7 anos apareceu em uma reportagem na televisão dando um depoimento, contando sobre o que aconteceu com ela em um ataque que causou a morte de um professor em sua escola naquela semana:

                “- Eu tenho medo de ir pra escola agora, meu professor morreu porque brigou com um coleguinha e o pai do menino matou ele... Ele foi lá e atirou nele, quem nem nos filmes, ele não se importou se meu prô tinha um filho também... só foi lá e matou ele. É uma coisa que eu vi e não consigo esquecer, é feio, muito feio, as pessoas deviam ser boas umas com as outras... Ninguém pode fazer nada? Queria que os desenhos fossem verdade e os heróis existissem...”

Em vários lugares da cidade, as pessoas estavam assistindo à televisão, ouvindo o depoimento da menina e pensando no que poderiam fazer, então alguns se moveram.
Jorge, jovem de 22 anos, vestiu uma fantasia de homem aranha que tinha no armário, olhou-se no espelho e disse em alto e bom som: “- Nada mais de sombras...”!

Nesse mesmo momento, em outro canto da cidade, outro menino, sem nenhuma habilidade especial, Rodrigo, veste-se também com uma fantasia, olha no espelho e diz: “- Nada mais de sombras...”!
Alguns pichadores que estavam nas ruas escreviam nos muros das escolas e pontes “ Nada mais de sombras...”!

“Nada mais de sombras...”! Uma frase que foi falada por vários ao mesmo tempo e quando muita gente clama junto, o universo responde!

Jordânia estava andando pela rua quando sentiu uma energia muito forte, parecia uma chuva de peso, dor e sofrimento, uma súplica por ajuda, um pedido desesperado por uma solução. Ao olhar para cima, um brilho, parecia uma pedra que refletia a luz do sol e caiu diretamente nas mãos da menina draconiana, assim que o colar tocou suas mãos ela sentiu uma forte coceira nas costas, uma ardência e correu para um lugar escondido e tirou sua blusa, ficando somente de top, tentava se coçar quando sentiu sua pele sendo rasgada e duas asas surgem de suas costas, asas fortes que ela conseguiu imediatamente controlar, nas pontas haviam esporas e a parte superior possuía algo parecido com garras.

Assustada e com as asas encolhidas  ela correu para se esconder melhor, mas topou de frente com um menino, Jorge, aquele jovem que se vestiu de homem aranha, um garoto que não sabia o que estaria enfrentando e provavelmente morreria tentando ajudar.

Ela ignora o menino e continua correndo para sua casa, mas o menino já viu o que não poderia ter visto, uma mulher com asas que deixou seu amuleto cair e Jorge o pegou e guardou.
Jordânia não sabia que teria asas, os draconianos não possuem asas, apenas outras qualidades sobre-humanas, mas asas foi novidade, algo estava acontecendo e ela ainda não entendia o que.

Com pouco tempo Jordânia percebeu que podia ocultar suas asas, deixa-las escondidas para dentro da pele, mas teria que tomar cuidado quando fosse usá-las. No final da tarde do mesmo dia ela pegou seu carro e foi para uma fazenda, um lugar qualquer escondido, abriu suas asas e começou a testar seu voo, que foi muito bem sucedido, mas ela ainda não tinha percebido uma coisa, que seu amuleto havia sido perdido.

As magias fluíam com muita facilidade, seu controle das asas era incrível para quem acabou de ganha-las e sua força, velocidade e outros atributos foram muito aperfeiçoados, mas ela não entendia como ou porque.

Então, percebendo que aquilo era um sinal Jordania olha para o alto, na noite escura já e grita: “Nada mais de sombras...” e uma luz surge à sua volta, uma luz muito forte que queima o mato próximo dela, transforma as árvores em carvão, os animais pequenos que estavam próximos correm para longe para não morrer e ela se lembra do que ocorreu há mais de dois mil anos atrás.

- Eu preciso desse poder, preciso fazer alguma coisa e eu vou fazer. – Fala Jordania tomando a decisão que mudaria sua vida totalmente, além de uma jovem de 22 anos muito inteligente e simpática, ela se tornaria também a Ultima Draconiana viva no mundo, usaria seus poderes para o bem e buscaria as respostas para tudo o que aconteceu nesse dia.

Enquanto isso, Jorge encontrava um assaltante armado, ele estava roubando uma conveniência e já havia realizado alguns disparos. Vestido de homem aranha, Jorge entra na conveniência, olha para o assaltante e manda ele desistir do assalto, largar a arma e se entregar a polícia, mas no susto o assaltante disparou a arma e acertou Jorge na barriga, seu sangue começou a escorrer e o assaltante terminou o roubo e foi embora.

Julio, o dono da conveniência, tentou ajudar, mas Jorge sangrava muito e desmaiou, foi levado ao hospital e operado. Ainda no quarto, em repouso, segurando o amuleto que encontrou da menina de asas, antes de ceder ao sono, ele falou : “Nada mais de sombras... mesmo que isso me custe a vida.” Mas ele não viu que o amuleto respondeu brilhando muito forte.
 
Jordânia, percebendo que alguma coisa chamava ela para o hospital, lembrou-se do amuleto,  do homem aranha que trombou com ela e correu para lá.

Ao chegar no hospital, no quarto que Jorge dividia com outros dois pacientes, Jordânia via o amuleto brilhar nas mãos do menino enquanto dormia e percebeu que o amuleto estava mostrando para ela, mostrando que ela tinha que agir, era mais um sinal de que somente ela poderia mudar as coisas.
Jorge não acordou no dia seguinte, estava morto, uma infecção causada pelo chumbo que, mesmo após removido deixou pequenos resquícios em seu abdômen.

Jordânia sentiu a morte do garoto, que ainda segurava o amuleto, foi ao hospital escondida, recuperou seu item e durante o funeral do menino, que foi durante a noite, ela fez questão de jogar o amuleto no caixão, seu corpo foi tomado por escamas esbranquiçadas, sua roupa se rasgou ao abrir as asas, ela voou até o topo do prédio mais alto e gritou para todos ouvirem enquanto iluminava tudo à sua volta “- Nada mais de sombras, eu serei a luz dessa era”!


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