O que contarei agora é um fato
ocorrido na pequena cidade de Miranda, durante o assustador período do Dia das
Bruxas.
Nesta época, muito mais do que
bruxas estão à solta nas cidades e aqui lhes contarei como foi minha primeira
experiência ao ficar frente a frente com o mais temido dos seres sobrenaturais,
o Lobisomem.
Continuem sua leitura e se
surpreendam com o que o mundo ainda pode nos mostrar.
Durante a época de halloween
muitas histórias são contadas e inventadas para deixar o dia mais tenso, para
fazer a cabeça das pessoas imaginarem o que pode estar escondido nos matos ou
atrás de suas próprias sombras.
Neste período, na cidade de
Miranda em Mato Grosso do Sul, surgiram várias histórias sobre a lenda do
lobisomem. Alguns contavam que viram de longe, outros viram apenas a sombra do
animal, mas houve um caso onde o ser atacou um grupo de amigos que jogavam
pelada em um terreno, com sorte todos saíram vivos, aparentemente o animal
apenas queria proteger seu território. Isso foi o que nos deu a idéia de que o
animal vivia naquela velha estação de trem, bem no final da Avenida Afonso
Pena, pois lá ficava o terreno onde o grupo foi atacado.
Essas histórias começaram alguns
dias antes do Dia das Bruxas. Pelo que me lembre até foi contada a história de
que alguém, indo para a festa de halloween, avistou o animal correndo, cruzando
a rua onde caminhava.
Alguns dias depois,
desacreditando de todas as histórias, eu e um amigo, que aqui chamarei de Biruta
para preservar sua identidade, resolvemos que éramos machos o suficiente para
encarar o lobisomem, decidimos ir até a estação, na noite de lua cheia,
descobrir se lá vivia mesmo o ser que todos desacreditavam, mas temiam.
Caminhando pela avenida, com o
coração acelerado e a imaginação a mil, eu e Biruta fomos nos aproximando da
casa do lobisomem, muitos cachorros latiam e uivavam durante nossa ida à
estação.
Chegando à entrada, havia uma
guarita e uma grande árvore, que não me lembro ao certo, mas era bem alta. Tudo
estava escuro e minhas mãos suavam, Biruta estava ao meu lado, andávamos em
passos curtos e silenciosos, mas algo nos ouviu.
Em um curto período de tempo
ocorreu a cena que agora dividirei em duas partes, a visão contada por Biruta e
a visão contada por mim.
Biruta: “Eu ouvi um barulho e
tive a reação de olhar para a árvore, quando percebi que ela estava balançando
muito e vi algum tipo de animal chacoalhando-a para frente e para trás, como
que para conseguir embalo o suficiente para pular longe. Em seguida ele se
soltou da árvore e caiu em nossa direção, mas nem cheguei de vê-lo atingir o
solo, saí correndo.”
Eu, Gabriel: “Eu ouvi o mesmo
barulho de Biruta e resolvi olhar para o lado, quando de repente um ser enorme,
de aproximadamente 2,5m de altura, corpo curvado e braços longos, como um
gorila peludo, o focinho esticado como de um lobo e com as presas à mostra,
atingiu o solo, erguendo-se logo em seguida e me encarou com seus olhos
vermelhos. Olhei para o lado à procura de Biruta, mas ele já começara a correr
e no mesmo instinto de sobrevivência resolvi correr também.”
Ambos disparados pela avenida. Todos
os cachorros que antes latiam e uivavam estavam calados, não se ouvia um grilo
sequer, apenas nossos gritos desesperados pedindo por ajuda. Os chinelos
ficavam para trás e o medo aumentava cada vez mais.
Pensávamos que o animal estava
nos seguindo, olhávamos para cima das casas, nos telhados e muros, mas não
avistávamos nada, então nos acalmamos e resolvemos ir direto para a casa de uma
amiga, que foi o nosso ponto de partida para essa aventura que só percebi
depois que foi a mais idiota idéia do mundo.
Contamos tudo o que vimos, mas
como era de se esperar, ninguém acreditou.
Esta história é para que sirva de lição. Se um dia te falarem que existe um monstro
em algum lugar, não vai dar uma de macho não, fica bem quietinho no seu canto,
porque se não existia, agora existe, ao menos na sua mente!
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refrigera 2011